Tegucigalpa (Honduras)
Gabriel Vera Lopes do Brasil de Fato

Neste domingo (30), Honduras vai participar de um dos processos eleitorais mais importantes de sua história recente. Mais de 6,5 milhões de hondurenhos estão aptos a votar para decidir quem substituirá a atual presidenta Xiomara Castro (Libre) no Palácio José Cecilio del Valle pelos próximos quatro anos, além de renovar praticamente todos os cargos públicos do país: desde a totalidade do Congresso, órgão unicameral composto por 128 parlamentares, até quase 300 prefeituras municipais.

Dos cinco candidatos à presidência, a atenção está concentrada principalmente em três figuras.

De um lado, a oficialista Rixi Moncada, do partido Liberdade e Refundação (Libre), advogada, professora e política hondurenha, busca um feito histórico: ser a segunda mulher presidenta de Honduras, dando continuidade ao projeto de “socialismo democrático” iniciado pela atual mandatária. Em caso de vitória, Castro entregaria a faixa presidencial a Moncada, marcando a primeira vez no continente que uma presidenta transfere o cargo para outra mulher.

O candidato do tradicional Partido Nacional é o empresário da construção e ex-prefeito do Distrito Central, Nasry Asfura, que mantém um perfil de direita conservadora neoliberal. Asfura concorre pela segunda vez após sua derrota em 2021 e se apresenta como o principal candidato da oposição. Atualmente, enfrenta investigações e processos legais por supostos atos de corrupção durante sua gestão municipal.

Por fim, o tradicional Partido Liberal lança Salvador Nasralla, conhecido por sua longa trajetória de mais de quatro décadas na televisão, onde conquistou o apelido de “O senhor da televisão”. Esta é sua terceira candidatura presidencial. Em 2021, ele renunciou à candidatura para apoiar Xiomara Castro, assumindo depois o cargo de designado presidencial (equivalente a vice-presidente) durante grande parte do governo, até se afastar em 2024 para voltar a disputar a chefia do Estado.

Interferência dos EUA



Faltando apenas dez dias para as eleições, na quinta-feira passada (20), parte da oposição política suspendeu suas atividades e viajou aos Estados Unidos para “solicitar” a intervenção de Washington diante da suposta “fraude iminente” que o governo estaria preparando.

A delegação da oposição foi formada pelo liberal Salvador Nasralla e por vários congressistas do Partido Nacional. Em Washington, participaram de uma audiência pública intitulada “Democracia em Perigo: A Luta por Eleições Limpas em Honduras”, organizada pela congressista republicana María Elvira Salazar, conhecida por sua postura hostil aos governos de esquerda na América Latina.

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